Certa vez li uma frase de autor desconhecido que dizia "Ler grande sofrimento para uns, grande alegria para outros, grande necessidade de todos".
Escreveu Montesquieu "O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não tendo existido jamais uma dor que uma hora de leitura não afastasse de mim".
No livro A Arte de Ler de Michèle Petit é citada uma passagem de entrevista com Sergio Pitol referente sua experiência com a leitura que em partes diz "tendo perdido seu pai, quando era bebê, e logo depois sua mãe, com cinco anos de idade, ele fica gravemente doente; embora não pudesse mais ir à escola, a casa onde sua avó o acolheu era repleta de livros: "Minha avó lia sem parar. E eu apanhava tudo o que me caía nas mãos. [...] Com doze anos, descobri Guerra e Paz e não fiquei mais doente. Continuo acreditando que Tolstói me salvou"".
Laure Adler se referindo à morte de seu filho, declarou: "Se eu não me matei, foi porque me deparei sem querer com Uma barragem contra o Pacífico, de Marguerite Duras", encontrado em uma casa alugada para uma temporada de verão.
Assim, podemos definir que uma simples leitura pode salvar vidas.
Em outro livro de litaratura chamado A Literatura Inglesa de Anthony Burgess encontramos algumas definições interessantes que explicam a importância da arte em nossas vidas. Como segue, na íntegra:
"Os assuntos que estudamos na escola podem ser grosseiramente divididos em dois grupos - as ciências e as artes. As ciências incluem matemática, geografia, química, física e assim por diante. Entre as artes estão desenho, pintura, modelagem, costura, música, drama, literatura. O objetivo da educação é preparar-nos para a vida em uma comunidade civilizada, e os assuntos que estudamos parecem implicar que as duas coisas mais importantes na vida são arte e ciência.
Será que isso é mesmo verdade? Se tomarmos um dia comum na vida de um homem comum, parece que vemos muito pouca evidência de preocupação com as ciências e as artes. O homem comum se levanta, vai para o trabalho, faz suas refeições, lê os jornais, assiste televisão, vai para o cinema, vai para a cama, dorme, acorda, começa tudo de novo.
Por que então as artes e as ciências são importantes?
A preocupação do cientista é a verdade, a preocupação do artisita é a beleza.
O artista toma o material bruto e o força ou o conduz até um padrão.
O artista encontra um meio de expôr nossas emoções - alegria, paixão, dor, arrependimento - e, por assim dizer, ajudar-nos a separar essas emoções de nós mesmos.
Qualquer emoção forte tem de ser aliviada. Quando estamos felizes, gritamos ou dançamos, quando sentimos dor, queremos chorar. Mas a emoção tem que ser expressada (esprimida para fora)".
Como de hábito finalizo transmitindo mensagem de meu mestre Ikeda que instrui quanto é necessário o esforço na juventude para o sucesso:
"Vocês devem estudar diligentemente para ingressar na universidade que escolheram. Estudem muito mais que os outros. Brincar e sonhar não trará o que vocês querem. Esses sonhos irreais tais como "Não seria maravilhoso se eu pudesse aprender inglês da noite para o dia?", ou "Deve haver alguma maneira de ficar inteligente sem fazer nada!" não levarão vocês a lugar nenhum.
Não se consegue nada de grandioso sem esforço sério. Não existe um caminho fácil para o aprendizado. Estudem bastante para surpreender o mundo. É dessa forma que devem pensar. Esse grande esforço será uma lembrança agradável, maravilhosa e nobre de sua juventude. Será uma orgulhosa medalha de honra ao mérito".
É isso ai!
fontes:
BURGESS, Anthony. A Literatura Inglesa. [trad. Duda Machado]. 2ª ed. São Paulo: Ática, 2003.
IKEDA, Daisaku. Diálogo sobre a juventude: para os protagonistas do Século XXI. vol 3. [trad. Equipe Brasil Seikyo]. São Paulo: Editora Brasil Seikyo, 2008.
PETIT, Michèle. A arte de ler ou como resistir à adversidade. [trad. Arthur Bueno e Camila Boldrini]. São Paulo: Ed. 34, 2009.